sexta-feira, 28 de julho de 2017

Dez modelos que romperam velhas tradições das marcas

Fugir do script pode ser polêmico, mas muitas vezes rende fartos dividendos para os fabricantes

Não é só a Mercedes e sua Classe X que quebraram paradigmas ao disputar um segmento até então inédito para uma fabricante. Em nome da busca por mais lucros (o que inclui salvar a companhia da falência) já teve marca de supercarros fazendo SUV, generalista investindo em carro caro e montadora especializada em esportivo desenvolvendo subcompacto.

Relembramos dez carros que romperam com a tradição de suas fabricantes.

Jaguar F-Pace
A Jaguar se aproximou da Land Rover ainda no século passando, quando ambas eram controladas pela Ford. Mas a união definitiva só veio em 2008, quando as duas marcas britânicas foram compradas pela Tata.
Daquele ponto em diante, a sinergia entre as empresas se intensificou a ponto da Jaguar lançar seu primeiro SUV em 2015. Deu certo: ele já e o modelo mais vendido da marca na maioria dos mercados.

Porsche Cayenne
A história do Cayenne é conhecida dos entusiastas, mas sempre é bom relembrar. Na virada do século a Porsche ia mal das pernas: com poucos modelos no portfólio e finanças no vermelho, ela chegou a compartilhar o farol do Boxster com o 911 para reduzir custos. A salvação veio em 2002, graças a uma parceria com o Grupo Volkswagen.
O primeiro SUV da fabricante herdou a plataforma do Touareg e Audi Q7 . O visual foi alvo de críticas, mas a dinâmica surpreendeu a crítica, mantendo o feeling esportivo intrínseco à marca. O modelo foi um sucesso de vendas desde então, gerou o Macan (hoje o Porsche mais vendido no planeta) e deu fôlego para a marca continuar a fazer ícones como o GT2 RS e 918 Spyder.

Aston Martin Cygnet
Quase todos os exemplos dessa lista foram frutos do desejo de executivos de aumentarem o lucro de suas empresas. Naturalmente a Aston Martin também queria faturar mais com o Cygnet, mas o objetivo primário do primeiro (e único) compacto da marca era atender a legislação ambiental.
Explica-se: no início dessa década novas leis europeias exigiam a redução global do consumo de combustível e emissão de poluentes do catálogo de cada marca. Como a Aston Martin ainda não tinha começado a usar motores mais modernos, alguém teve a brilhante ideia de fazer uma parceria com a Toyota.
O iQ seria base para um inédito subcompacto de luxo, melhorando a eficiência geral da Aston Martin e atraindo novos clientes para a empresa. Mas a ideia era melhor no papel do que na prática, e o Cygnet saiu de linha dois anos depois após vendas muito abaixo do esperado.
Pudera: com apenas dois lugares, motor 1.3 e desempenho digno de carro brasileiro, ele custava na época no mínimo 30.995 libras (o equivalente a R$ 127.640 na conversão direta!).

Lamborghini LM002
O Lamborghini LM002 é uma das provas de quão louca foi a década de 80. O primeiro SUV (ou seria picape?) da marca nasceu a partir de um projeto militar fracassado, que foi alterado para atender aos desejos cada vez mais extravagantes dos milionários do Oriente Médio.
Capaz de cruzar dunas a 180 km/h graças à tração integral e motor V12 de 375 cv herdado do Countach., o LM002 parecia fadado a ser apenas uma extravagância. Hoje, porém, com a abundância de SUVs feitos por marcas de luxo e de esportivos, ele soa premonitório.

Bentley Bentayga
Via de regra, o Bentayga não é o primeiro SUV da Bentley. O dono desse título é o Dominator, um modelo exclusivo feito sobre a base do Range Rover a pedido do Sultão de Brunei. Mas o exótico inglês com mecânica Volkswagen é o primeiro a ser oferecido ao “grande público”.
Além do design polêmico, o Bentayga se destaca pela longa lista de opcionais, que inclui um relógio que custa quase tão caro quanto o próprio carro. Apesar das críticas, ele cumpriu seu papel, levando a Bentley a aumentar suas vendas globais em nada menos que 80%.

Alfa Romeo Stelvio
Entrar no segmento de SUVs nem sempre é sinônimo de rios de dinheiro entrando na companhia, como mostra o Alfa Romeo Stelvio. A fabricante italiana encarou a fúria de seus fãs em nome da maior rentabilidade, mas o primeiro utilitário da empresa ainda não atingiu as expectativas da fabricante, que tenta sair da sombra da Fiat.

BMW Série 2 Active Tourer
Segundo a própria BMW, 80% dos donos de Série 1 não sabem dizer qual eixo seu carro traciona. Para reduzir custos e melhorar a eficiência de seus modelos de entrada, a fabricante bávara fez o impensável: desenvolveu uma plataforma para modelos de tração dianteira.
Coube ao Série 2 Active Tourer (além de tudo, uma minivan!) o polêmico pioneirismo, seguido pelo X1 e, em breve, a próxima geração do Série 1. E não há sinais de que a maior parcela do público da marca vá reclamar.

Fiat Toro
Apesar de algumas tentativas no passado (como o Tempra, o Marea e o Linea), a Fiat sempre foi vinculada aos modelos populares mais acessíveis. Isso só reforçou ainda mais a importância da Toro, que foi a primeira picape (quase) média da marca.
Soluções inteligentes (como a tampa traseira bipartida) e um grande catálogo de versões reforçaram a receita de sucesso da Toro, que não deixa a tabela das picapes mais vendidas desde seu lançamento, mesmo estando bem longe de ser um carro barato.

Ferrari LaFerrari
Uma boa forma de superar o preconceito de conservadores é criar um carro muito melhor que seus antecessores. Além de ser a primeira Ferrari híbrida da história, a LaFerrari também foi a primeira a superar a barreira dos 1.000 cv – em sua versão de pista, a FXX K.
A fabricante italiana é uma das poucas a manter certas tradições, mas sobraram poucos dogmas ainda inquebráveis em Maranello. Já teve Ferrari turbo, com tração integral… Só falta um SUV!

Mercedes-Benz Classe X
A Classe X é, como outros exemplos dessa lista, fruto de parcerias com outras empresas com o objetivo primário de ampliar o volume de vendas de sua fabricante.
A primeira picape média da Mercedes já está causando polêmica por ser baseada na plataforma da plebeia Nissan Frontier, mas não deverá romper com todas as tradições: pelo menos até o momento, a marca garante que a X não terá uma versão AMG.

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